Olá! Os que já me conhecem sabem que me chamo Alzira Mourão Couto, mas me chamam mesmo, carinhosamente, de Alzirinha. Nasci em Paraíba do Sul, Rio de Janeiro, no dia primeiro de setembro de mil novecentos e dezenove, assim, num dia lotado de número 1 e número 9. Prestou atenção? Olha que linda a minha data de nascimento: 01/09/1919: Um um , outro nove, mais um um, mais um nove, outra vez um, outra vez nove...até a data do meu nascimento é estrambólica, parece cabalístico, o número um, o princípio; o número nove, o fim. É, mas pelo jeito não tem fim não...!
Fiz noventa e dois anos e agora vou começar a escrever minhas histórias, coisa que adoro, contar histórias, conversar. São tantas! Se tem uma coisa que tenho de sobra é memória: lembro de tudo, tim- tim por tim-tim...e eu sempre quis escrever um livro, faz anos que penso meu livro, dentro de mim ele está pronto, escrevo o tempo todo dentro de mim, que delicia, minha neta Adriana sabe disso, conhece muitas histórias das minhas: aquela do bonde, aquela da luva, aquela da praia...desde pequenina ela escuta minhas estórias!
Minha neta é uma pessoa expansiva, alegre, simpática ( claro, neta de peixe é peixinha) e quer que muita, muita gente conheça minhas histórias, então, juntamos a sede com a vontade de beber água, quer dizer, juntamos os cadernos, meus diários, minhas histórias, e tivemos a grande idéia de transformar tudo em crônicas para um livro. Romance não...a vida é crônica para mim, ela não pára de acontecer e eu de viver... dia a dia eu tenho histórias para contar, mas, como eu ia dizendo: estou organizando todas as minhas histórias em crônicas para publicar em livro. Um sonho antigo...por que não? Sonhos antigos podem ser nossas mais novas realizações e aqui estou eu, contando - ah, como tudo vira uma boa história- como vou contar.
Então, aqui no blog eu vou contar o contar, isso mesmo, vou contar o que estou escrevendo semanalmente, o tema das minhas crônicas e vou dar uma palhinha também, colocar um trechinho das crônicas para vocês me acompanharem nesse passeio da escritura do livro. Para os que já me conhecem gostaria de uma ajudazinha: lembranças e ideias nos comentários, topam?
Como disse, estou contando para essa aventura de contar as minhas histórias com a ajuda da Adriana Alcântara, minha neta e primeira incentivadora. Ela faz parte da comissão de frente, cuida das alegorias e adereços, da bateria, ou seja, ela está transformando tudo isso numa festa, coisa que vocês que me conhecem sabem: eu amo, adoro festas, encontrar com todos, com meus amigos, amigas e os meus cento e vinte familiares do estado do Rio de Janeiro e de São Paulo. Será assim no lançamento do meu livro: quero reencontrar todos vocês. Se tem uma coisa que eu gosto nessa vida é gente!
Adriana, minha neta carinhosa, trouxe para escrever meu livro o auxilio luxuoso de um pandeiro, brincadeirinha, trouxe uma amiga dela, também festeira, também conversadeira, também alegre: é a Luciana Gama, minha redatora... o que é isso, Adriana?! Eu perguntei...o livro é meu, eu que escrevo! Daí eu entendi e gostei: a amiga da Adriana, organiza minhas histórias, algo assim como uma porta-bandeira, elas riram muito com o entendimento, com a explicação...mas Luciana me explicou ( ela tem um outro nome também, Shlomit Or, mas para mim ela é a Luciana) que já no século dezessete isso era muito comum : o escritor ditava e o escriba colocava no papel, sei...hum...eu gostei, mas não estamos mais no século dezessete...as duas estão me chamando de Matusalém, é?! Mudei isso de nome, então, a amiga da minha neta vai ser a redatora das minhas histórias. Assim a gente se encontra, toma café, ela me conta as minhas histórias que eu contei para ela e pronto, eu corrijo aqui, corrijo alí e tudo isso será também um bom motivo para um lanche em minha casa.
Estou muito feliz em estar escrevendo para um blog. Quem diria: Alzirinha com um blog! Pois estou aqui. Feliz. Feliz em compartilhar. Vocês todos são muito queridos e agora serão também meus queridos leitores. Muito obrigada!
Um beijo da Alzirinha.